Atualmente, sabe-se que a chance de aparecimento de câncer aumenta à medida que vamos envelhecendo. Por ser uma doença muito temida, muitas pessoas se perguntam quando devem fazer exames para rastrear o câncer logo no seu início para que o tratamento tenha maiores chances de ser curativo.
O objetivo das investigações de triagem para câncer colorretal é reduzir as mortes por meio da detecção precoce e remoção de pólipos (um precursor do câncer de cólon) e câncer colorretal em estágio inicial.
Nesse artigo irei falar das recomendações de se fazer o rastreio de câncer do cólon e do reto em pessoas que não estão sentindo nada, ou seja, estão assintomáticas e que não sejam de alto risco:
Observação: Pessoas com alto risco para desenvolvimento de câncer colorretal são pessoas com histórico familiar positivo; uma história de longa data de doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn ou Retocolite ulcerativa, por exemplo); uma síndrome genética, como polipose adenomatosa familiar; ou uma história pessoal de câncer de colon ou pólipos adenomatosos.
QUEM DEVE FAZER EXAMES PARA INVESTIGAR CÂNCER COLORRETAL?
- Todas as pessoas de todos os sexos, raças e etnias com idade de 50 a 75 anos. (Recomendação da “The American Journal of Gastroenterology 2021, USPSTF e American College of Physicians).
QUAIS EXAMES INDICADOS?
- Exame de sangue oculto nas fezes de alta sensibilidade: é um exame em que se coleta as fezes e manda para o laboratório investigar se há presença de sangue que não dá para ser visto a olho nu. O ideal é fazer com 3 amostras de fezes para aumentar sua acurácia. Além disso, é recomendado uma dieta rigorosa por 3 dias, sem ingestão de qualquer tipo de carne, vegetais verdes (devido a clorofila), frutas com casca, ovo, feijão, café, refrigerante e “alimentos coloridos”. Recomendação para fazer a cada 1 ou 2 anos.
- Teste imunoistoquimica fecal: é também um exame de fezes que detecta presença de sangue nas fezes, mas com uma técnica diferente da primeira. Além disso, é necessário apenas uma amostra e não precisa de nenhuma restrição alimentar para sua realização. Recomendação para fazer a cada 1 ou 2 anos.
- Sigmoidoscopia flexível: é um exame minimamente invasivo, em que antes deve ser feito preparo do intestino com laxativos e enema para limpar o intestino. No dia do exame, o médico introduz o aparelho pelo ânus e consegue olhar dentro do intestino se há lesões. Esse exame consegue ver o reto e a porção final do intestino grosso. É recomendado sua realização a cada 5 anos.
- Colonoscopia: o paciente faz um preparo em que a pessoa toma uma alta dose de laxante para limpar o intestino um dia antes. No dia do exame, é feito uma medicação em que o paciente dorme para não sentir nada durante o procedimento. Após a sedação, é introduzido pelo ânus um aparelho com uma câmera em sua extremidade, para que o médico possa ver dentro do intestino. Se durante o exame encontrar uma lesão pequena, como um pólipo, ele consegue retirá-lo e mandar para a biópsia, por exemplo. A recomendação é sua realização a cada 10 anos, ou se o exame de sangue nas fezes vier positivo.
O tipo de exame que você deve fazer, deve ser discutido com seu médico com base nos benefícios, danos, custos, disponibilidade, frequência e suas preferências. Uma das estratégias usadas, por exemplo, é a combinação do exame oculto de fezes a cada 3 anos e sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos. Outros preferem colonoscopia a cada 10 anos.
E QUEM TEM MAIS DE 75 ANOS?
A decisão da realização de exames de pessoas entre 75 e 85 anos de idade deve ser individualizada. Se o paciente possuir uma expectativa de vida menor que 10 anos ou a colonoscopia for considerada insegura ou inadequada, o exame para detectar sangue em fezes não é recomendado. Acima de 85 anos, esses exames são desencorajados.
FONTE: UPTODATE, The American Journal of Gastroenterology 2021, USPSTF e American College of Physicians; https://drdiegobaima.com.br/cancer-de-colon/
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