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  • samantarodriguesme

Alteração de comportamento na Demência: como lidar?


Conviver com uma pessoa ou parente que tenha demência, certamente é muito desafiador. Requer muita paciência e principalmente poder de empatia e compreensão para lidar com o cuidado do idoso, que nem sempre está cooperativo.

Está precisando de ajuda para saber lidar com um idoso muito teimoso? Ou para que ele pare de fazer ações repetitivas, gritar ou segui-lo para todo o lado? Antes de tudo, você precisa entendê-lo, porque só assim vamos conseguir traçar estratégias efetivas para cada caso.


O que é demência?


Chamamos demência quando há um comprometimento no funcionamento do cérebro permanente e que impacta em como o indivíduo funciona nas atividades do dia a dia (por exemplo: não administrar seu próprio dinheiro, não conseguir fazer compras, não conseguir tomar banho sozinho, etc.). Existem vários tipos diferentes de demência, sendo as mais comuns a Doença de Alzheimer e a Demência Vascular (após Acidente Vascular Cerebral – AVC).


Por que ocorrem alterações psicológicas e de comportamento na pessoa com demência?


Quando o indivíduo está com uma demência, existem fatores que atrapalham o funcionamento correto do cérebro. Dessa maneira, a região do cérebro afetada pela demência influenciará quais sintomas o paciente terá. Alguns desses sintomas estão relacionados ao psicológico e ao comportamento da pessoa.


Tipos de alterações psicológicas e comportamentais mais comuns na pessoa com demência:


1. Depressão: o paciente apresenta uma tristeza constante, muitas vezes chora facilmente. Pode ter sentimento de culpa, baixa auto-estima e sentimento de desesperança.

2. Ansiedade: Pode ter uma preocupação e ansiedade excessivas sem razão aparente ou com situações normais do cotidiano, como com compromissos, visitas familiares. Fica inquieto, tenso e não consegue relaxar. Faz comentários repetitivos de que algo ruim irá acontecer. Tem medos irreais de ficar sozinho ou ser abandonado.

3. Apatia/indiferença: a pessoa perde ou diminui o interesse pelo mundo ao redor ou em fazer as atividades do dia a dia. Algumas vezes pode faltar só a motivação para começar determinada tarefa (só faz quando alguém manda fazer).

4. Agitação: a agitação pode se manifestar de várias maneiras diferentes, como perambulação (andar sem rumo), inquietação, ações repetitivas. Vestir e retirar a roupa. Seguir o cuidador para todo lado. Emitir sons ou palavras repetidamente. Comportamento inapropriado como cuspir, gritar, ações sexuais. Pode resistir ou ficar com raiva quando pessoas tentam cuidar dele. Teimosia ou birra é frequente.

5. Agressividade: a pessoa grita raivosamente, bate portas ou tenta ferir a si mesmo ou aos outros. Pode procurar ter comportamentos perigosos, como acender o fogo ou sair pela janela.

6. Alucinações: paciente apresenta falsas visões ou vozes. Parece ver, ouvir ou sentir algo que não está presente.

7. Delírios: o paciente acredita (tem certeza) em acontecimentos que você sabe não serem reais. Por exemplo: insiste em afirmar que as pessoas estão tentando prejudica-lo ou roubá-lo. Afirmam que membros de sua família não são quem dizem ser ou que a casa onde mora não é a sua casa.


O que fazer para amenizar esses sintomas?


A primeira coisa que o cuidador e os familiares devem entender é que todas essas alterações decorrem da alteração do funcionamento do cérebro do paciente e, não necessariamente, o paciente está fazendo “de propósito” somente para irritar ou porque gosta de ser teimoso.

Não levar para o lado pessoal ajuda a não desgastar o seu emocional e diminui seu estresse. Até porque, o cuidador estressado pode (sem querer) piorar ainda mais o comportamento e os sintomas psicológicos do idoso.

Existem várias estratégias que podemos usar para melhorar a vida do idoso com demência e também de seus familiares. Mas, tenha em mente que não existe receita de bolo. Cada paciente tem suas particularidades e no início é na tentativa de acertos e erros que conseguiremos determinar o que funciona ou não para cada paciente.


Comunicação adequada:

- Chamar o indivíduo pelo nome ou pelo apelido com o qual ele mais se identifica.

- Manter contato visual.

- Usar voz calma; não gritar ou usar tom de voz irritado.

- Falar devagar; manter discurso simples.

- Dizer uma frase ou dar um comando de cada vez.

- Limitar o número de escolhas oferecidas.

- Reduzir as distrações durante a comunicação (desligar a TV ou rádio).

- Não contrariar o idoso e ignorar crenças que não causam estresse (por exemplo: acreditar que os pais estão vivos).

- Certificar que o idoso esteja usando óculos ou prótese auditiva, se fizer uso.

- Evitar tocar a pessoa sem antes ter conquistado sua atenção.

- Não fazer perguntas abertas (por exemplo, no lugar de “o que está sentindo?”, preferir “está com dor? Está com fome?”)

- Não usar explicações prolongadas ou sobre eventos futuros.

- Usar mais comunicação positiva que negativa (por exemplo: no lugar de “você não pode sair”, usar “vamos para a sala?”)


Ambiente:


- Reduzir estímulos excessivos (ambiente barulhento e visualmente tumultuado).

- Mantenha o ambiente bem iluminado;

- Predomínio de cores calmas no ambiente (tons claros ou pasteis)

- Evitar espelhos (em casos moderados ou avançados o idoso pode não se reconhecer no espelho).

- Evitar fotos no ambiente (pois pode confundir e estressar o idoso por não reconhecer quem são as pessoas da foto).


Tarefas do dia a dia:

- Mantenha rotinas previsíveis: mudanças na rotina pode ser muito estressante para o idoso com demência pois sua habilidade para processar estímulos está diminuída e fica frustrado facilmente.

- Envolver o idoso em tarefas do dia a dia que tenham significado para ele e que seja de fácil execução.

- Ter um horário para fazer atividade física diariamente (nem que seja apenas por 10 minutos).

- Musicoterapia: a memória musical tende a preservar por mais tempo que outras e muitas vezes é associada a boas lembranças e atividades prazerosas.

- Tente preservar a autonomia do paciente quanto às decisões sobre pequenas coisas, como adiar por pouco tempo a atividade, escolher a ordem dos passos a serem tomados, escolher suas próprias roupas, a parte do corpo a ser banhada primeiro e o que comer no lanche, entre outras.

- Preservação da independência para realização da atividade (dentro de suas limitações).

- Distração quando necessário: cantar, conversar, explicar a atividade).

- Tornar a rotina leve e gratificante e não batalhas a serem vencidas.



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